sábado, 31 de maio de 2008

Timão!

Acho que todo mundo que leu esse blog até agora sabe que eu sou flamenguista. Mas os únicos 2 jogos que eu fui na minha vida foram do Corinthians. E o segundo foi hoje...

O primeiro foi ano passado. Palmeiras e Corinthians. Campeonato Paulista. Morumbi. 3 a 0 pro Verdão! Edmundo marcou o último. Não lembro se marcou mais algum, mas o último foi dele.

Hoje, Corinthians e Fortaleza. Série B do Brasileirão. A torcida do Fortaleza, como diz o grito das torcidas, era pequenininha e cabia dentro de um fusquinha...

Jogo frio, tanto em termos de futebol quanto em termos de clima. Corinthians com time misto por causa da final da Copa do Brasil. Fortaleza com o time ultra-hiper-mega titular, mas é o Fortaleza...

E o vento? Puta merda, dava inveja da Fiel, lotando as arquibancadas. Todos juntos, aquela massa, pulando! Devia estar quente!

As numeradas meio vazias, um vento mais gelado do que aquele que batia na Festa do Tomate nos tempos áureos do governo Eurico Jr. Tá, meu primo, mas que a Festa era melhor na época dele isso ninguém pode negar, nem a atual prefeita...

Enfim, se não fosse pela companhia (os excelentes amigos de sempre, Lu e Felipe) e pela entrada de Herrera, que começou no banco, o jogo teria sido fraco.

Agora, como eu estava lá, esse jogo não poderia ter sido normal nunca, porque onde eu estou, bizarrices acontecem.

Logo no começo do jogo, Lulinha sofre falta na linha de fundo depois da bola sair e cai por uma escada de acesso ao gramado que eu só reparei q existia depois que ele sumiu por ela... Parecia sério, mas é futebol, só parecia. Quando o jogo parou, diante da revolta da torcida contra o juiz, ele levantou e voltou a campo, mas por pouco tempo, foi substituído por Alessandro, que marcou o primeiro gol num frango do goleiro do Fortaleza.

Dps do frango o goleiro estava pegando até pensamento. Era escanteio atrás de escanteio pro Corinthians no segundo tempo. E dá-lhe defesa do goleiro (tá, não sei o nome dele, devia ter levado um radinho...).

E nesses escanteios acontece outro momento bizarro. Um jogador corinthiano chutou uma bola que sobrou pra ele dps de bate-rebate na área, mas chutou fora, pela linha de fundo. Normal? Sim, normal. Se a bola não tivesse batido no saco de um fotógrafo distraído.

O cara perdeu o ar, tentou se segurar no tripé da câmera, mas não teve jeito. Girou uma vez e caiu.

Os médicos do corinthians e da ambulância que estava no gramado correram pra atender! Juntou mais gente em volta do fotógrafo do que quando o Lulinha despencou escada abaixo!!!
Palavra chave do jogo: BI-ZAR-RO!!!

Enfim, foi um sábado atípico pra quem costuma ficar os sábados a tarde na frente do computador, ou almoçando e dormindo. Mas muito bom. E que venham outros jogos!

Amanhã, Fla-Flu no Maracanã. Flamengo indo com tudo pra cima, pois agora só tem o Brasileiro pela frente, e é um clássico. Fluminense com no mínimo um time misto, poupando titulares pra semifinal da Libertadores. Palpite? Flamengo 3 a 1. Mesmo o time misto do Fluminense é respeitável, e reserva é sempre uma surpresa né? O cara quer mostrar pro "professor" que ele tem capacidade, que é uma boa aposta pro futuro... Mas não deixa de ser um time misto, e o Flamengo agora tem o Brasileiro como obrigação!

Agora, projeto de TGI... Porque a faculdade não poupa nem finais de semana...

Bom sábado a noite para todos, já que "todo mundo espera alguma coisa de um sábado a noite". Bjos e abraços.

Terceiro post é que nem Brasileiro pro Flamengo: Obrigação!

Vou postar uma poesia que não é minha, nunca escrevi poesias.
Essa quem me mostrou foi uma pessoa muito especial. Fiquei com o enredo na cabeça durante grande parte da vida, mas o texto exato me fugiu. E, graças à tecnologia, achei a poesia de novo.
Ah, não vou dizer quem me mostrou essa poesia. Pros críticos de plantão, não é dor de corno nem ferida de amor mal curada, até porque essa pessoa não é mulher. Só to passando por um momento em que gostaria de preservar a imagem dessa pessoa.

Não sei o autor e nem o título da poesia, e isso eu realmente nunca soube.

Lá vai.

Um homem sofredor de um tédio permanente
buscava ao seu espírito conforto
e quem o livrasse da dor intermitente.
Qual náufrago ansiando por um porto
atravessou terras e mares visando encontrar
alguém que fosse capaz de o curar.
Um dia um sábio o tornou ciente
da existência de um médico célebre e afamado.
E eis que o homem, com o coração esperançado
diante do doutor se encontrou presente.
– Recorro a vós, senhor – disse o paciente –,
porque a dor que me martiriza
e que o espírito aflige de forma tão contundente
resulta de uma chaga que nunca cicatriza.
Tornei-me há tempos escravo de minha mente
e sofro hoje atroz hipocondria,
não posso evitar ser pensativo e doente
e por isso já nem sei o que é paz ou harmonia.
Sendo vós o mais sábio clínico do mundo,
médico notável e do peito humano auscultador profundo,
rogo-vos que cureis este mal inexorável
que o cérebro me embruma e me turva a visão.
Já não mais me pulsa o coração
e é com sacrifício que suporto uma cabeça
cujos pensamentos só me causam confusão.
Indagou então o médico:
– Já sentiste algum dia em teu peito
as chamas da paixão qual vendaval desfeito?
– Sim – respondeu o homem.
– E o amor – continuou ele –, já o conheceste?
– Sim, e procurei fazer dele bom proveito.
– E viajar, já viajaste?
– Sim. À Terra Santa, à Grécia e a grande parte do Oriente, depois de Paris, Florença e quase todo o Ocidente.
Mas de tudo me angustia uma lembrança
imorredoura, eterna, e uma insegurança por demais pungente.
– Amigo – concluiu o médico – só há no mundo um lugar
em que alento para tua terrível dor poderás encontrar.
Existe na Romênia, em Bucareste, um homem capaz
de todo o teu tédio seguramente aniquilar.
Esse homem singular, que a todos o riso inocente traz,
é um impagável palhaço a cujos gracejos ninguém pode resistir.
Talvez sua figura brejeira possa a gargalhada franca te restituir!
Subitamente, dos olhos tristes do homem que o ouvia,
brotou uma única lágrima que por sua face corria.
E foi com voz embargada e o peito dilacerado
que ele expôs a verdade em tom amargurado:
– Vejo, doutor, agora, que meu mal é incurável,
pois o palhaço de que falais, o palhaço aclamado,
tem um riso de morte, um riso mascarado,
e sente profundamente a dor do tédio e do cansaço.
Porque sou
eu, doutor, sou eu esse palhaço!

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Segundo post vai na empolgação...

Bom, falar o que? To sem assunto. Trabalhar faz isso com a gente. E semana de provas finais chegando aí, minha cabeça só repete lei-lei-lei-lei... Minto, também repete jurisprudência-jurisprudência-jurisprudência... Enfim, DIREITO!!!

E chega. Parei de falar de direito por aí mesmo. Esse blog não é pra isso. Isso eu faço na faculdade e no escritório, já é suficiente.

Preciso descansar. Mas descansar mesmo. Quinze dias a toa. Assistindo Sessão da Tarde até o cérebro escorrer pelo ouvido. Nada de pensar. No máximo jogar video-game, mas jogos de luta, futebol, aqueles que você não precisa pensar, só agir no reflexo.

Se for pra pensar, que seja em contos, como os que eu escrevia antigamente. Se for pra pensar, que seja pra nerdar um pouco jogando RPG.

To meio saudosista. Crise existencial. Crise de meia idade antes mesmo de chegar em 1/4 da idade...

Sabe aqueles momentos em que você resolve rever a sua vida? To num desses. Não sei se é o melhor momento pra começar um blog, mas foi nesse que deu vontade de escrever, então como dizia o velho Fragosão, professor de biologia do CEPE (escola onde eu passei grande parte da minha vida e que devo muito da minha cultura) "vamo que vamo"!

Já que é pra rever a vida, me desculpem os amigos de SP, mas vou viajar 400km, e alguns anos no passado, pra falar daquela cidade na Região Centro-Sul Fluminense, Paty do Alferes.

Nunca pensei que pudesse sentir falta de uma cidade como aquela. E quando falo da cidade, é da cidade mesmo. Família e amigos é lógico que eu sentiria falta, como sinto e muito.

Sinto falta de andar pelas 4 ruas que formam o "centro" da cidade. De descer o morro da minha casa a pé. De andar os 7 ou 8km q ligam Paty à cidade vizinha, Miguel Pereira.

Sinto falta das estradas de terra, do lamaçal que ficava na frente da minha casa quando chovia e que mais de uma vez me impossibilitou de ir pro colégio porque não tinha como passar carro (já chegou a mais de 30cm de altura de lama!!!!).

Sinto falta dos passarinhos cantando, do barulho dos grilos a noite, de um ou outro besouro entrando em casa.

Agora, sinto falta principalmente daquele céu estrelado. Parece uma pintura. É muita estrela. Como dizem alguns por lá "ê-ê demôin"!

Bom, lembro até hoje. Foi numa noite estrelada dessas que eu, minha mãe e meus irmãos voltamos pra casa depois de uma temporada curta na casa dos meus avós. Já tem 11 anos essa temporada, mas lembro como se fosse hoje.

Essa temporada não é o motivo desse texto. Passei um pouco do que queria lembrar, uns dois meses. Queria lembrar do meu aniversário de 12 anos.

Churrascão em casa. Muita gente da escola. Leonardo (hj Ligado), Luciano (na época Willow), Lucas (Japão), Marina, Bianca, Thalita, Ana Lídia, Camila, Tico, Wilian, Gabriel e mais alguns. Desculpem se não lembro de todos, mas é que são 11 anos já né?

Foi muito bom, a criançada se divertindo. Guerra de bexiga cheia de água. Caça ao Tesouro. Bandeirinha. Queimada.

Todo mundo indo pro mato até chegar no campinho de terra batida onde de vez em quando o pessoal do bairro Nova Mantiquira joga um futebol. Na verdade cortaram um morro e fizeram terraplanagem, a encosta eles cavaram uns buracos onde fica a "torcida".

Uma galera no alto, outra embaixo. Algumas vacas passaram por lá uns dias antes. O campinho tava cheio de... esterco!

Criançada do interior, o que que fez? Guerra de bosta seca de vaca! Até as meninas! INCRÍVEL!!!

Lógico, doía pra cacete, mais de um saiu meio roxo da guerra. Fora que nem todas as bostas estavam bem secas... Umas com o miolo meio gelatinoso sujaram a galera.

Agora, a maior recordação de todos desse churrasco foi a bola de fogo.

Na época minha tia Marcinha namorava com o Edmar. Esse cara é gente fina, mas o namoro não deu certo. Enfim, foi dele a idéia que fechou o churrasco com chave de ouro.

Por idéia da Marina, que sempre foi a mais esotérica da galera, e adorava histórias de terror, uma galera foi pro terreno do lado de casa onde hoje é a piscina contar histórias de terror a noite.

Não lembro quantos ficaram na rodinha de histórias de terror, mas eu não fiquei. Não que eu seja medroso, mas porque achei que seria sacanagem com o pessoal que não queria fazer isso que eu, como aniversariante, fosse pra lá.

Fiquei trocando idéia com a Bianca e a Thalita, e nisso apareceu o Edmar. Disse que ia dar um susto na galera. Pediu uma corda, uma pedra, jornal e álcool.

Arrumei tudo pra ele, menos a corda. Arranjei uma corrente.

O terreno do lado da rodinha de histórias era baldio. Só mato. E lá foi o Edmar, pé esquerdo, pé direito...

Ele enrolou a pedra com jornal, amarrou a corrente em volta da bola de jornal, jogou álcool e acendeu. Girou e jogou por cima do muro.

Eu queria realmente estar naquela rodinha pra saber qual a sensação de alguém contando histórias de terror quando uma bola de fogo aparece no céu e desce na sua direção. Foi perfeita a jogada!!!

Bem no meio da rodinha desceu aquela bola de fogo. O vento frio do outono patiense travou o músculo de alguns, que ficaram com mais medo ainda daquela esfera flamejante caindo. Um desses foi o Leonardo.

O cara não conseguiu levantar pra correr! Foi se arrastando de joelho no chão, tentando puxar o chão pra se salvar daquilo. Em vão. Sua mão não acertou o chão, acertou a sandália da Ana Lídia, que arrebentou quando ele puxou.

A Ana Lídia caiu no chão, morrendo de medo de tudo! Depois de uma bola de fogo, uma mão perdida agarra seu pé! E pior! Arrebenta sua sandália! Pensei que ela fosse passar mal! Foi o grito mais alto da noite!

Acho que dá pra imaginar porque sempre alguém lembra desse churrasco quando me encontra por lá né? 11 anos, e a imagem da bola de fogo permanece viva na memória de todos os que estavam lá. Tenho certeza que muitos vão contar essa história pros filhos.

Théo, viajou hein? Tava falando de momentos de rever a vida, crise existencial e de repente conta sobre o churrasco de aniversário de 12 anos?

É, conto mesmo. Rever a vida é isso. Ver onde se foi feliz, onde se foi triste. Analisar o que dava certo antes, e o que dá certo hoje. E principalmente, tentar resgatar o sorriso sincero e duradouro, aquele que você dá quando está com amigos de verdade. Aquele que você dá quando come uma comida que lembra a infância. Enfim, aquele sorriso que você dá quando lembra de uma bola de fogo descendo do céu não como um símbolo de destruição (alguém lembrou de Armagedon?), mas como uma brincadeira de criança...

Tá confuso o texto? Não gostou? Pode dar sua opinião. Ela é muito bem vinda. Mas não se sinta mal se eu não levá-la em consideração, ou até mesmo apague o seu comentário. Porque o nome do blog já diz, escrevi isso só pra passar o tempo...

Primeiro post a gente nunca esquece...

Olá para todos os que um dia chegarem a ler isso.

Sei que terei leitores fiéis, da época do Blog da Galera, onde acho que escrevi uns dos melhores textos da minha vida. Postei também algumas das melhores piadas, algumas das melhores fotos.

Enfim, espero conseguir ter além destes leitores fiéis alguns novos leitores. E dizer que os amigos-leitores não contam é mentira. Contam e muito na minha opinião. Aliás, as opiniões que mais contam pra mim são a dos meus amigos, que sempre são pessoas que nos ajudam a crescer, e dessa forma não fazem críticas vazias, simplesmente pelo prazer de cutucar.

A função desse blog não é contar minha vida. Não gosto de diários, apesar de ser fã de Doug.

Também não é falar de futebol (exclusivamente), apesar do endereço. O nome me surgiu agora. A url são duas coisas que eu gosto, e aprecio com moderação: cachaça e futebol, não necessariamente nessa ordem.

Cachaça eu aprecio com moderação porque não pretendo ser alcólatra. E futebol, porque sou sedentário.

Na verdade o que eu quero com esse blog é isso, simplesmente passar o tempo, expor algumas idéias, escrever uns textos de vez em quando, postar algumas fotos, algumas piadas. Tentar me reaproximar dos amigos velhos, me aproximar mais dos amigos novos, e quem sabe até fazer novos amigos.

Se vai dar certo? Se eu vou lembrar de postar aqui frequentemente? Tá, são perguntas válidas, mas pra que se preocupar com isso? To escrevendo só pra passar o tempo...

E além do mais, se não der certo, faço como os árabes. No dia de fechar o blog e passar a régua, escrevo no último post "Maktub" e fica tudo por isso mesmo...