domingo, 28 de setembro de 2008

Festas de Família

Quando eu tinha um blog onde escrevia junto com o Wilian e o Willow (Luciano, pra quem não conhece), acho que escrevi meu melhor texto crítico-filosófico de humor. Pra quem lembrar (acho que ninguém vai lembrar, isso foi há 5 anos) desse blog, foi o texto que escrevi sobre o Natal.

O Natal nunca foi uma festa que eu gostasse muito, porque depois que a gente conhece História, vê que é uma festa mentirosa, já que Jesus não nasceu nessa data, e que na verdade um papa (não me lembro qual) adotou como nascimento de Cristo para conseguir atrair para a Igreja Católica os povos pagãos, que adoravam o Sol no dia 25 de dezembro.

Mas enfim, apesar de não concordar, sempre gostei dos filmes de Natal, e encaixo nessa categora duas das melhores comédias da minha infância: "Esqueceram de Mim 1 e 2".

Bom, depois que vim morar em São Paulo comecei a gostar do Natal. Não que tenha concordado e acreditado na data, mas é que ela se tornou a única oportunidade que tenho de ver a família do meu pai reunida. E eita família de maluco! Saio da festa cansado de dar risada!

Esse ano porém, terei outra oportunidade de ver a família Bernardes reunida. Aniversário de 60 anos da tia mais comédia da família! Dá pra imaginar o que vem por aí né?

Festas de família são sempre engraçadas. Hoje eu vejo isso. Quando era moleque não. Era meio introspectivo, quietão. É que era muito observador e pouco falante. Hoje sou muito observador e falante idem...

Festas de família são aquela oportunidade de ver os primos que há muito tempo não se vê, de conversar com aqueles tios mais velhos que sempre tem alguma coisa pra ensinar, de rir com aquele tio engraçado que sempre tem uma piada nova... Pra mim são oportunidades de conversar até com meu irmão, saber como está a vida, já que 500km de distância e horários conflitantes nos atrapalham pra botar a conversa em dia.

Enfim, dia 18/10 é dia de churrasco com os amigos (pra conversar até cair um pedaço da língua, como diz a "mamy" de uma amiga que admiro muito (admiro tanto a amiga quanto a "mamy")) à tarde e festa de família à noite. Já to ansioso!

sábado, 27 de setembro de 2008

O declínio de um Império

"O Rei está morto. Viva o Rei".

A expressão que eu escrevi acima mostra a mentalidade dos governos monárquicos, onde mal se tem tempo em lamentar a morte de um líder, e já se tem a ascensão do novo ao poder, do príncipe por assim dizer. Rei morto, rei posto, certo?

Estamos vivendo uma fase dessas, mas não falamos de um Rei, e sim de um Império. O Império dos Estados Unidos está decadente.

Eu tenho uma teoria (daquelas de botequim mesmo, nada cientificamente comprovado, mas quem sabe um dia...) sobre a ascensão e queda dos Impérios que dominaram o mundo: quanto maior a tecnologia e criatividade (principalmente na área de comunicações, pois elas fazem o mundo "encolher") menor a duração de um Império. Exemplos?

Império Romano (incluindo nesse termo o do Ocidente e o do Oriente): de 753 a.C. até 1453 d. C. - o surgimento é do Ocidente e a queda é do Oriente. Temos 21 séculos de duração de um único Império.

Império Britânico: durante a queda do Império Romano do Oriente, a Europa Continental estava entregue ao feudalismo, motivo pelo qual a Grã-Bretanha, que nesta época já tinha até sua Carta Magna (desde 1215) se destacou. Poucos países se lançavam em aventuras extra-marinas, como Portugal, Espanha e Holanda. Os holandeses eram mais empreendedores, portugueses e espanhóis se dedicavam ao extrativismo e plantation, mas não desenvolviam novas tecnologias. Nesse quadro, a Inglaterra se lança ao mar, criando uma das maiores marinhas do mundo e desenvolvendo cada vez mais tecnologias. Teve problemas com a Invencível Armada de Espanha, chegou a perder por alguns anos sua hegemonia em virtude de Napoleão, mas comandou o mundo de 1485 (início do reinado de Henrique VII) até o início da Segunda Guerra Mundial (1939). Temos então quase 5 séculos de Império Britânico, o que não é nada comparado aos 21 séculos romanos.

Império Norte-Americano: com a Primeira Guerra Mundial, as principais potências européias ficaram muito enfraquecidas, e conseguiram escapar da completa destruição graças à ajuda dos Estados Unidos. Os EUA saíram vitoriosos dessa guerra pois ela não aconteceu em seu território, demandando destes apenas o poderio militar e econômico. Com a Segunda Guerra Mundial, seu papel foi muito mais importante, porque o período entre guerras via a reconstrução da Europa destruída, e o crescimento acelerado da Alemanha nazista e dos EUA. Ao estourar a Segunda Guerra, ficou claro que os EUA seriam os "salvadores" do mundo (e essa foi a única vez em que eles foram heróis, porque foi também a última em que se sabia quem era o vilão). Desde então eles vêm dominando o mundo. De 1939 até hoje não temos nem um século, e o império americano já demonstra claros sinais de cansaço.

A Crise que assola os EUA hoje nos mostram claramente o que a tecnologia faz com um Império e seus dominados. Bolsas de Valores seriam impensáveis no Império Romano, não existia maneira de 500 pessoas serem "donas" de um mesmo estabelecimento comercial através da compra e venda de pedaços de papel que atestavam isso. Menos ainda seria possível que uma pessoa "vendesse" sua casa por um valor acima do que ela valia e recomprá-la parceladamente de uma instituição financeira. Pra começo de conversa, seria impossível um romano vender sua casa, pois era nela que residiam seus deuses domésticos, seus protetores. Quem discordar disso e achar que Roma era apenas Júpiter, Marte e companhia, pode ler "A Cidade Antiga" de Fustel de Coulanges.

Os romanos eram detentores de grandes tecnologias, principalmente na área da engenharia, tanto que ainda existem pela Europa estradas e aquedutos em utilização até hoje que foram construídas por eles. Porém, não lhes interessava ensinar essa tecnologia para os povos dominados.

O império britânico foi o palco da Primeira Revolução Industrial, que trouxe a tecnologia do vapor, e também não lhes interessava apresentar isso para o mundo.

O império norte americano tem seu Vale do Silício, maior centro de produção de microchips do mundo, e dispensa comentários na criação de tecnologias.

Porém, o que vemos? Os romanos viviam da guerra, da expansão territorial, e não conseguiam se comunicar com velocidade com os extremos de seu império. Inspiravam medo, e depois respeito, pois não forçavam os povos conquistados a adotar sua cultura, de maneira que aos conquistados parecia cômodo ter segurança por pagar impostos ao império. Vejam bem, os povos conquistados estavam acomodados.

Os britânicos também se utilizavam da guerra, porém instituiam sua forma de governo e sobrepunham sua cultura à do conquistado. Isso gerava revoltas e novas guerras. Porém seus navios eram rápidos e suas tropas chegavam rapidamente a qualquer parte do seu território.

Os americanos aprenderam a dominar com os ingleses, e também impõem sua cultura aos povos dominados. E as telecomunicações fazem com que a resposta às revoltas e rebeliões sejam quase instântaneas.

O que vemos de diferente entre os três? A tecnologia que cada um tinha. Não que a causa da queda de cada um tenha sido a tecnologia que tinha, mas sim a que os dominados também tinham. O ser humano é criativo por natureza, quando um cria e o outro fica sabendo, se o primeiro não ensinar como se faz, o outro vai estudar até criar igual... Aí já viu né?

Pra mim essa crise financeira dos EUA é o auge da criatividade em termos de mercado financeiro. Você vende a sua casa pra uma instituição, ela te paga uma grana à vista, e você devolve parcelado com uma pequena taxa de juros. Depois você, instituição, vende essas dívidas para uma outra instituição como se fosse um ativo recebível, e ela compra, ainda mais caro e joga esses papéis nas bolsas de valores a peso de ouro! 

Alguém além de mim viu que na verdade não existe dinheiro aí? Tudo o que se vendeu foram promessas de pagamento? Na hora de pagar, a pessoa investiu aquele dinheiro que a financeira deu pra ela em troca da casa aonde? Na bolsa de valores! Comprando que papéis? Os da outra instituição financeira que vendeu a dívida da primeira como um ativo recebível! Ou seja, você comprou sua própria dívida, mas por um preço maior do que você deve!

Na hora de cobrar, a segunda financeira vai em cima da primeira, que não tem dinheiro e cobra de você, que não tem dinheiro porque comprou papéis vazios, e, por não pagar, perde sua casa! A financeira põe sua casa a leilão, mas tá todo mundo quebrado pelo mesmo motivo, sua casa é vendida baratíssima, a financeira tem prejuízo e quebra! Quebra a primeira financeira, quebra a segunda, quebra a bolsa de valores...

Enfim, o poderio econômico dos EUA reflete no mundo inteiro, e com essa crise, o crescimento deles vai ser muito menor pelos próximos anos. Alguns especialistas dizem que mesmo com o pacote de ajuda às financeiras que o governo americano disse que vai dar, a recuperação americana vai demorar pelo menos uma década. 

Pra um Império que tem só 70 anos de história, perder uma década é muita coisa. Quem for pouco afetado por essa crise e souber crescer sem o dinheiro norte-americano, pode subir ao topo como novo líder mundial. Alguém aí falou na China?

domingo, 21 de setembro de 2008

O Retorno do Blogueiro

Quem leu meu blog pela primeira vez começando pelo último post pode ter a impressão de que tirei férias eternas... Mas não é verdade, to trabalhando e muito há muito tempo desde que voltei daquelas férias maravilhosas...

Hoje deu vontade de escrever de novo, coisa que não acontecia desde o último post no fim de junho. Vontade de escrever o que é que eu não sei... De escrever simplesmente...

Meu pouco tempo livre tem se dividido entre MSN, ler meus livros e os livros da faculdade, estudar pras provas, e as poucas oportunidades que tenho de escrever estavam se restringindo ao outro Blog, o Contos Blogados com o Leo e o Willow.

Mas a vontade de hoje não foi de escrever conto fantástico, então vim pra cá, esse refúgio virtual onde eu posso me expressar tranquilo. Talvez eu acabe escrevendo um conto aqui um dia, mas vai ser um com início, meio e fim, sem torturar ninguém com uma história inacabada.

Hoje to meio saudosista. Culpa de uma amiga que resolveu conversar comigo sobre música. Menina de bom gosto...

E saudosismo me faz lembrar de histórias antigas, e normalmente engraçadas... Essa por um tempo assustou a gente, mas hoje damos boas risadas...

Quando jogávamos RPG (eu, Leo, Luciano, Pedro, Alexandre e Wilian), costumávamos jogar na casa da avó do Luciano e do Leo, pra não fazer barulho na casa deles, não atrapalhar ninguém. Era um refúgio, quase um daqueles clubinhos de criança, onde elas se imaginam matando monstros e lutando contra vilões... A diferença é que essas crianças tinham 15, 16 anos, e mesmo assim se imaginavam lutando contra sacerdotes de deuses malignos, orcs e dragões...

Várias vezes ficamos jogando RPG a tarde inteira, até tarde da noite, e pedíamos pizza. E numa dessas noites começamos a escutar gemidos. Gemidos de dor. "Aaaaaaahnnrrrggghhhh"... E seguidos de batidas no chão... "Tum, tum, tum"... E gemidos, e batidas, e gemidos, e batidas...

Por um momento passou pela cabeça de todos que monstros realmente existissem, e estivessem lá fora esperando para ser atacados. O problema é que no mundo do faz de conta éramos guerreiros, magos, ladrões... Aqui éramos estudantes do ensino médio e superior, fora de forma...

Nem tivemos coragem de ir olhar, ficamos rindo nervosos até passar...

No dia seguinte jogamos de novo e descobrimos: tinha um caseiro bem velhinho na casa da avó deles. Bem tortinho, andava usando uma bengala, e tinha artrite entre outros problemas de saúde. Mas a imaginação de 6 jogadores de RPG sempre vai a mil, e até hoje nos lembramos rindo do "monstro da casa da avó".

Ps: em tempo: o caseiro já se aposentou. A tia deles conseguiu aposentar o velhinho por tempo de serviço.