sexta-feira, 30 de maio de 2008

Segundo post vai na empolgação...

Bom, falar o que? To sem assunto. Trabalhar faz isso com a gente. E semana de provas finais chegando aí, minha cabeça só repete lei-lei-lei-lei... Minto, também repete jurisprudência-jurisprudência-jurisprudência... Enfim, DIREITO!!!

E chega. Parei de falar de direito por aí mesmo. Esse blog não é pra isso. Isso eu faço na faculdade e no escritório, já é suficiente.

Preciso descansar. Mas descansar mesmo. Quinze dias a toa. Assistindo Sessão da Tarde até o cérebro escorrer pelo ouvido. Nada de pensar. No máximo jogar video-game, mas jogos de luta, futebol, aqueles que você não precisa pensar, só agir no reflexo.

Se for pra pensar, que seja em contos, como os que eu escrevia antigamente. Se for pra pensar, que seja pra nerdar um pouco jogando RPG.

To meio saudosista. Crise existencial. Crise de meia idade antes mesmo de chegar em 1/4 da idade...

Sabe aqueles momentos em que você resolve rever a sua vida? To num desses. Não sei se é o melhor momento pra começar um blog, mas foi nesse que deu vontade de escrever, então como dizia o velho Fragosão, professor de biologia do CEPE (escola onde eu passei grande parte da minha vida e que devo muito da minha cultura) "vamo que vamo"!

Já que é pra rever a vida, me desculpem os amigos de SP, mas vou viajar 400km, e alguns anos no passado, pra falar daquela cidade na Região Centro-Sul Fluminense, Paty do Alferes.

Nunca pensei que pudesse sentir falta de uma cidade como aquela. E quando falo da cidade, é da cidade mesmo. Família e amigos é lógico que eu sentiria falta, como sinto e muito.

Sinto falta de andar pelas 4 ruas que formam o "centro" da cidade. De descer o morro da minha casa a pé. De andar os 7 ou 8km q ligam Paty à cidade vizinha, Miguel Pereira.

Sinto falta das estradas de terra, do lamaçal que ficava na frente da minha casa quando chovia e que mais de uma vez me impossibilitou de ir pro colégio porque não tinha como passar carro (já chegou a mais de 30cm de altura de lama!!!!).

Sinto falta dos passarinhos cantando, do barulho dos grilos a noite, de um ou outro besouro entrando em casa.

Agora, sinto falta principalmente daquele céu estrelado. Parece uma pintura. É muita estrela. Como dizem alguns por lá "ê-ê demôin"!

Bom, lembro até hoje. Foi numa noite estrelada dessas que eu, minha mãe e meus irmãos voltamos pra casa depois de uma temporada curta na casa dos meus avós. Já tem 11 anos essa temporada, mas lembro como se fosse hoje.

Essa temporada não é o motivo desse texto. Passei um pouco do que queria lembrar, uns dois meses. Queria lembrar do meu aniversário de 12 anos.

Churrascão em casa. Muita gente da escola. Leonardo (hj Ligado), Luciano (na época Willow), Lucas (Japão), Marina, Bianca, Thalita, Ana Lídia, Camila, Tico, Wilian, Gabriel e mais alguns. Desculpem se não lembro de todos, mas é que são 11 anos já né?

Foi muito bom, a criançada se divertindo. Guerra de bexiga cheia de água. Caça ao Tesouro. Bandeirinha. Queimada.

Todo mundo indo pro mato até chegar no campinho de terra batida onde de vez em quando o pessoal do bairro Nova Mantiquira joga um futebol. Na verdade cortaram um morro e fizeram terraplanagem, a encosta eles cavaram uns buracos onde fica a "torcida".

Uma galera no alto, outra embaixo. Algumas vacas passaram por lá uns dias antes. O campinho tava cheio de... esterco!

Criançada do interior, o que que fez? Guerra de bosta seca de vaca! Até as meninas! INCRÍVEL!!!

Lógico, doía pra cacete, mais de um saiu meio roxo da guerra. Fora que nem todas as bostas estavam bem secas... Umas com o miolo meio gelatinoso sujaram a galera.

Agora, a maior recordação de todos desse churrasco foi a bola de fogo.

Na época minha tia Marcinha namorava com o Edmar. Esse cara é gente fina, mas o namoro não deu certo. Enfim, foi dele a idéia que fechou o churrasco com chave de ouro.

Por idéia da Marina, que sempre foi a mais esotérica da galera, e adorava histórias de terror, uma galera foi pro terreno do lado de casa onde hoje é a piscina contar histórias de terror a noite.

Não lembro quantos ficaram na rodinha de histórias de terror, mas eu não fiquei. Não que eu seja medroso, mas porque achei que seria sacanagem com o pessoal que não queria fazer isso que eu, como aniversariante, fosse pra lá.

Fiquei trocando idéia com a Bianca e a Thalita, e nisso apareceu o Edmar. Disse que ia dar um susto na galera. Pediu uma corda, uma pedra, jornal e álcool.

Arrumei tudo pra ele, menos a corda. Arranjei uma corrente.

O terreno do lado da rodinha de histórias era baldio. Só mato. E lá foi o Edmar, pé esquerdo, pé direito...

Ele enrolou a pedra com jornal, amarrou a corrente em volta da bola de jornal, jogou álcool e acendeu. Girou e jogou por cima do muro.

Eu queria realmente estar naquela rodinha pra saber qual a sensação de alguém contando histórias de terror quando uma bola de fogo aparece no céu e desce na sua direção. Foi perfeita a jogada!!!

Bem no meio da rodinha desceu aquela bola de fogo. O vento frio do outono patiense travou o músculo de alguns, que ficaram com mais medo ainda daquela esfera flamejante caindo. Um desses foi o Leonardo.

O cara não conseguiu levantar pra correr! Foi se arrastando de joelho no chão, tentando puxar o chão pra se salvar daquilo. Em vão. Sua mão não acertou o chão, acertou a sandália da Ana Lídia, que arrebentou quando ele puxou.

A Ana Lídia caiu no chão, morrendo de medo de tudo! Depois de uma bola de fogo, uma mão perdida agarra seu pé! E pior! Arrebenta sua sandália! Pensei que ela fosse passar mal! Foi o grito mais alto da noite!

Acho que dá pra imaginar porque sempre alguém lembra desse churrasco quando me encontra por lá né? 11 anos, e a imagem da bola de fogo permanece viva na memória de todos os que estavam lá. Tenho certeza que muitos vão contar essa história pros filhos.

Théo, viajou hein? Tava falando de momentos de rever a vida, crise existencial e de repente conta sobre o churrasco de aniversário de 12 anos?

É, conto mesmo. Rever a vida é isso. Ver onde se foi feliz, onde se foi triste. Analisar o que dava certo antes, e o que dá certo hoje. E principalmente, tentar resgatar o sorriso sincero e duradouro, aquele que você dá quando está com amigos de verdade. Aquele que você dá quando come uma comida que lembra a infância. Enfim, aquele sorriso que você dá quando lembra de uma bola de fogo descendo do céu não como um símbolo de destruição (alguém lembrou de Armagedon?), mas como uma brincadeira de criança...

Tá confuso o texto? Não gostou? Pode dar sua opinião. Ela é muito bem vinda. Mas não se sinta mal se eu não levá-la em consideração, ou até mesmo apague o seu comentário. Porque o nome do blog já diz, escrevi isso só pra passar o tempo...

3 comentários:

Joking Joker disse...

Eu tava lá... no dia da bola de fogo... mas minha participação é meio patética e medrosa. Prefiro não lembrar.

hahaha tamo ai Théo! .o/

Théo, Theobaldo, Theotonio, Theófilo... disse...

Hahahahaha! Ligado, o sobrevivente da bola de fogo!!! Vou mandar fazer uma camiseta pra vc "I survived the fireball in Théo's birthday barbecue"!

Luciano PR disse...

hsuahsuahsuahsuahusa

cara, eu naum lembra até começar a ler... poxa muito tempo isso.

aiai, isso realmente eh saudoso
caracas, já fazem mais de 11 anos que somos amigos... eh tempo hein!

eh eh demoin!!